Assistir ao vídeo “Ex-E.T.” me fez pensar em como tratamos
aqueles que são diferentes.
E não estou falando em diferença de gênero, física, de raça,
religiosa, de orientação sexual e de condição socioeconômica. Não! Mas em
pessoas que pensam de uma forma diferente da que pensamos.
Levando isso para o campo da Educação, como nós professores
lidamos quando o aluno não aprende com a metodologia que julgamos ser a mais
eficiente para o processo de ensino? Será que ele está pensando da mesma forma
que nós? Mas nós não somos as mesmas pessoas e não temos as mesmas experiências
de vida. Será que, diante disso, nós estamos realmente abertos a utilizar outras
metodologias? Será que eu não estou exigindo que o meu aluno pense e aja como
eu?
E quando o aluno não atinge o objetivo que estipulamos? Nós
o punimos? E quando ele não se comporta em sala de aula como gostaríamos. O que
fazemos? O colocamos para fora? Damos outra punição?
Será que não existem outras soluções para essas questões?
O prazer pelo aprender não é uma atividade que surge
espontaneamente nos alunos, pois, não é uma tarefa que cumprem com satisfação,
sendo, em alguns casos, encarada até como uma obrigação. Para que isto possa
ser melhor conduzido, o professor deve despertar a curiosidade dos alunos e
acompanhar suas ações ao longo do desenvolver das atividades.
O professor deve utilizar sempre o diálogo. Não é
interessante que ele se coloque na posição do “detentor de todo o saber”, mas
que seja humilde a ponto de reconhecer que não sabe sobre tudo e que os seus
alunos são portadores de diversos conhecimentos.
Lendo o artigo intitulado “O professor e o ato de ensinar”,
de Elizabeth Tunes, Maria Carmen V. R. Tacca e Roberto dos Santos Bartholo
Júnior (2005), deparei-me com duas metáforas: a da educação permissiva, que
traz a figura do “professor jardineiro”, e a da educação autoritária, que
apresenta a figura do “professor escultor”, ambas de caráter individualista.
O jardineiro (professor) fertiliza o solo, semeia, mantém o
solo úmido e protege o broto (aluno) de pragas e de ervas daninhas para que
possa crescer saudável e mostrar seus frutos. Ele não interfere no
desenvolvimento da planta. Ela apenas a protege das adversidades para que ela possa
desenvolver plenamente as suas potencialidades naturais (Tunes; Tacca; Bartholo Júnior, 2005).
Já o escultor (professor) molda a pedra bruta (aluno) estritamente
conforme o projeto que imaginou. É claro que o material da qual é feita a pedra
bruta impõe algumas limitações para a ação do escultor. Mas esses limites são muito
mais circunscritos aos instrumentos que o escultor irá utilizar do que
propriamente ao material que se pretende esculpir. No fundo, é o projeto que
dirige e justifica todas as ações e os meios a serem empregados (Tunes; Tacca; Bartholo Júnior, 2005).
Os individualismos do professor e do aluno devem ser
respeitados no processo de ensino-aprendizagem para que, através do diálogo, da
mediação, o professor consiga penetrar e interferir no pensamento do aluno, promovendo a aprendizagem do aluno.
REFERÊNCIA
TUNES, E.; TACCA, M. C. V. R.; BARTHOLO JÚNIOR, R. S. O
professor e o ato de ensinar. Cadernos de
Pesquisa, v. 35, n. 126, p. 689-698, set./dez. 2005.

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