Olá, pessoal!
Bom dia!
Hoje eu finalizo as atividades do módulo sobre "Inovação Pedagógica e Metodologias Ativas" da disciplina de "Docência Universitária e Integração de TIC".
Vamos à postagem!
Hoje eu finalizo as atividades do módulo sobre "Inovação Pedagógica e Metodologias Ativas" da disciplina de "Docência Universitária e Integração de TIC".
Vamos à postagem!
ATIVIDADE:
Escolha uma
das tendências que estão sendo utilizadas no ensino superior e, em seguida,
desenvolva uma estratégia didática a partir desta tendência, que apresente
sintonia com os critérios construídos sobre Metodologias Ativas e Inovação
Pedagógica. Você também poderá escolher outra tendência que não foi listada no
documento. Os elementos constituintes da estratégia didática, assim como os
recursos a serem utilizados são livres.
Estratégia
didática
Nos cursos de Química a
importância do ensino experimental é sempre destacada. Todavia, essa não é uma
prática efetiva entre os professores da Educação Básica, principalmente em
razão das alegações de:
v Falta
de laboratórios nas escolas;
v Inexistência
de carga horária destinada às aulas experimentais;
v Necessidade
de cursos de formação para esse fim.
A realização de aulas
experimentais requer:
v Pequenos
grupos de alunos;
v Professores
qualificados;
v Espaço
físico adequado;
v Aquisições
de materiais especiais.
Por sua vez, por ter um caráter pedagógico e não formador de cientistas, seria interessante, mas não imprescindível a existência de laboratório de Química convencional na escola, haja vista que é possível a efetivação de aulas experimentais, para alunos do ensino médio regular e não técnicos, fora desse ambiente e com a substituição de aparelhagens, vidrarias e reagentes usuais por outros de fácil aquisição, baixo custo e do cotidiano (MOURA; CHAVES, 2009).
Sabe-se que a capacitação
para o trabalho é bastante deficiente nos cursos técnicos e universitários das
áreas das ciências da natureza e das engenharias, tendo em vista que as
metodologias tradicionais de ensino não contribuem efetivamente para a
construção de competências profissionais por parte dos alunos e não estimulam o
desenvolvimento da autonomia e da criticidade dos mesmos (Barbosa; Moura, 2013).
Outra questão é que nem
sempre se estabelece uma relação entre aquilo que se ensina e as atividades que
o futuro profissional irá desempenhar no mercado de trabalho.
Esse contexto é muito
comum nos cursos de Licenciatura em Química, no que diz respeito a orientar os
graduandos quanto à elaboração de aulas práticas. Nas disciplinas
experimentais, os alunos executam os procedimentos de uma apostila, que muitas
vezes não é atualizada periodicamente, para redigirem relatórios e obterem notas.
Segundo Moura e Chaves (2009), o suposto aprendizado do aluno se dá por imitação,
memorização e repetição das aulas práticas.
Os discentes se debruçam
sobre os conceitos e os princípios relacionados aos temas das práticas, mas não
valorizam os aspectos pedagógicos daquelas atividades. A aula experimental é
vista como um complemento da aula teórica, ou seja, o experimento
serve apenas para comprovar um determinado conhecimento ministrado durante as
aulas teóricas (MOURA; CHAVES, 2009).
Geralmente, o professor,
um técnico, um assistente ou um monitor separam as vidrarias e demais materiais
que serão utilizados em cada experimento, além de preparar e padronizar
soluções. Tudo isso para que a prática ocorra sem problemas e no tempo
estipulado. Entretanto, já como profissionais, os recém graduados não
demonstram habilidades para elaborar e, às vezes, nem mesmo executar
procedimentos.
Segundo Goldberg (2010),
dentre as sete habilidades básicas que os alunos dos cursos da área tecnológica
têm dificuldade em desenvolver estão relacionadas:
v Nomear
objetos tecnológicos;
v Decompor
problemas complexos em problemas menores;
v Modelar,
qualitativamente, processos e sistemas.
A ausência de habilidade
dos professores na realização de aulas experimentais está associada à sua
formação docente. Moura e Chaves (2009) entendem que os cursos de licenciatura
poderiam propiciar aos estudantes, durante a graduação, treinamentos sobre como
manipular aparelhagens e vidrarias utilizadas nas práticas.
No Brasil, entre os anos de 1967 e 1975, houve uma popularização de projetos educacionais para aulas de ciências que faziam o uso da experimentação por meio de kits de experimentos. O fracasso de tais projetos decorreu do fato de que os professores não tinham adquirido, durante a graduação, formação para ministrar aulas laboratoriais e, portanto, não dominavam as técnicas empregadas nas práticas experimentais (MOURA; CHAVES, 2009).
No Brasil, entre os anos de 1967 e 1975, houve uma popularização de projetos educacionais para aulas de ciências que faziam o uso da experimentação por meio de kits de experimentos. O fracasso de tais projetos decorreu do fato de que os professores não tinham adquirido, durante a graduação, formação para ministrar aulas laboratoriais e, portanto, não dominavam as técnicas empregadas nas práticas experimentais (MOURA; CHAVES, 2009).
Diante de tudo que foi
comentado, a estratégia didática proposta é a seguinte:
Curso:
Licenciatura em Química.
Disciplina:
Química Geral Experimental.
Carga
horária:
60 horas.
Metodologia
ativa:
Aprendizagem baseada em problemas (ABP).
Objetivo
geral:
Elaborar o roteiro de um experimento para o ensino de
um determinado tema da Química Geral a partir de um vídeo.
Para a
realização dessa atividade, a turma pode ser dividida em equipes, para que cada
uma seja responsável por uma temática. Isso também estimula o desenvolvimento
do trabalho em grupo.
Os vídeos terão
sido escolhidos previamente pelo docente, dentro da estrutura que a instituição
de ensino superior dispõe.
Recursos:
Haverá momentos em que o
professor precisará dar orientações gerais sobre a natureza e o andamento da
atividade. Por isso, um dos recursos necessários é uma sala com CPU e data
show.
Para aqueles alunos que não
tiverem acesso à internet, o professor deverá proporcionar o acesso dos mesmos ao
laboratório de informática.
Para a realização dos
testes, o professor deverá disponibilizar todos os materiais presentes no(s)
laboratório(s) de Química da instituição de ensino superior.
Objetivos
específicos:
1 – Identificar os reagentes, as vidrarias
e os equipamentos necessários para a execução do experimento.
Os alunos
precisam se habituar com os nomes dos reagentes, das vidrarias e dos
equipamentos. Geralmente isso é feito apresentando aos alunos listagens com
essas nomenclaturas, o que não é nada significativo para eles. Da forma como
está sendo proposto, os discentes terão a oportunidade de associar o material
ao seu uso.
2 – Solicitar 03 (três) cotações dos
reagentes e das vidrarias necessárias para a realização do experimento.
Os alunos não
sabem o valor dos materiais que manipulam em um laboratório. Alguns chegam a
questionar o professor (ou o técnico) a respeito disso, mas não recebem uma
resposta porque, em geral, o docente também desconhece esse tipo de informação.
Por isso, a
proposta de pedir aos alunos que solicitem cotações irá lhes dar a oportunidade
de saber qual o custo real de uma aula prática. Além disso, materiais muito
caros passarão e ser manipulados com mais atenção para evitar o desperdício ou
o dano aos mesmos.
Os alunos
também atentarão que, em uma cotação, os materiais devem ser descritos nos
mínimos detalhes para evitar erros na compra.
3 – Redigir o texto do roteiro, que deve
conter as seguintes seções:
(a) Numeração e título da prática;
(b) Introdução sobre o tema da prática;
(c) Objetivo da prática;
(d) Listagem de reagentes;
(e) Listagem de vidrarias e de
equipamentos (coletivos e por equipe);
(f) Procedimento;
(g) Levantamento de riscos e de medidas
para a minimização dos mesmos;
(h) Descarte de rejeitos;
(i) Preparo e padronização de soluções;
(j) Referências.
É importante
que o aluno redija o texto do roteiro da prática pensando em quem serão os seus
leitores. A redação deve ser clara e objetiva para que os interlocutores sejam
capazes de reproduzir, na prática, tudo aquilo que está escrito.
Olhando
atentamente as seções que o roteiro deve conter, o aluno também desenvolverá noções,
por exemplo: de segurança em laboratório, de descarte de rejeitos e do preparo
e padronização de soluções. Nesse ponto, o aluno deve ser incentivado a fazer a
leitura das Fichas de Informações de Segurança dos Produtos Químicos (FISPQs).
4 – Realizar o experimento segundo o
roteiro anteriormente elaborado, com a supervisão do professor e do técnico do
laboratório, e, se necessário, fazer alterações no texto.
É comum que os
resultados de um experimento não sejam aqueles esperados. Mas isso não é motivo
para desmerecer a aula experimental.
Professor e alunos
devem sempre lembrar que as aulas práticas não têm como objetivo a formação de cientistas
e apresentam um caráter pedagógico. Dessa forma, o insucesso da prática não
deve ser visto como algo ruim, mas como uma situação de aprendizagem. O aluno
precisa refletir o porquê daquele experimento não ter “dado certo”.
Após a realização de
todas essas etapas, pode ser proposto à turma que os roteiros elaborados por
diferentes equipem sejam executados por todo o grupo com forma de socialização
dos resultados obtidos pelas mesmas.
REFERÊNCIAS
BARBOSA, E. F.; MOURA, D. G. Metodologias
ativas de aprendizagem na educação profissional e tecnológica. Boletim Técnico do Senac, Rio de
Janeiro, v. 39, n. 2, p. 48-67, maio/ago. 2013.
GOLDBERG, D. E. The missing basics and
other philosophical reflections for the transformation of engineering
education. In: GRASSO, D.; BURKINS, M. B. (Ed.). Holistic engineering education: beyond technology. New York: Springer,
2010. cap. 13, p. 145-158.
MOURA, G. N.; CHAVES, S. N. Visões e
virtudes pedagógicas do ensino experimental da Química. In: ENCONTRO NACIONAL
DE PESQUISA EM EDUCAÇÃO EM CIÊNCIAS (Enpec),
7., 2009, Florianópolis. Anais... Rio
de Janeiro: ABRAPEC, 2009. Disponível em: <posgrad.fae.ufmg.br/posgrad/viienpec/pdfs/628.pdf>.
Acesso em: 07 nov. 2016.
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