Olá!
Bom dia a todos!
O ser humano é autorregulado por natureza,
ou seja, ele tem a capacidade de gerir pensamentos, sentimentos e ações que são
previamente planejadas e melhoradas com o intuito de alcançar determinada meta
ou objetivo pessoal. E essa aptidão natural para a autorregulação é, talvez, uma
das mais importantes características humanas (SIMÃO; FRISON, 2013).
De acordo com Pavesi (2015), o professor
deve ensinar aos seus alunos estratégias de autorregulação para que os mesmos
se tornem autônomos a ponto de controlar seus próprios processos de
aprendizagem, condição necessária para a promoção da aprendizagem
autorregulada. Dentre essas estratégias estão:
(a) Estabelecimento de metas;
(b) Estruturação de ambientes de
aprendizagem;
(c) Capacidade de gestão do tempo.
Também é importante que os professores
diversifiquem suas estratégias didáticas ao longo de determinado curso, porque
isso incentiva os alunos a persistirem na busca de seus objetivos em face das
dificuldades que encontrarão (PAVESI, 2015).
Gostaria de compartilhar com
vocês um teste para avaliar a autorregulação dos estudantes de cursos a
distância.
Barnard-Brak, Lan e Paton (2010)
desenvolveram uma pesquisa através da qual foram capazes de analisar os perfis
de competências de aprendizagem autorregulada, entre estudantes na educação a
distância, com base nos dados coletados por meio de um questionário sobre o
perfil do aluno e do chamado Online Self-Regulated
Learning Questionnaire (OSLQ) e avaliaram a influência desses perfis de
autorregulação no sucesso acadêmico dos estudantes.
O OSLQ é composto por 24 (vinte e quatro) itens
com um formato de resposta do tipo likert
de 5 (cinco) pontos cujos valores são:
(a) 5 (Concordo totalmente);
(b) 4 (Concordo parcialmente);
(c) 3 (Indiferente);
(d) 2 (Discordo parcialmente);
(e) 1 (Discordo totalmente).
O OSLQ avalia seis dimensões:
(a) Estabelecimento de metas (itens 1 a 5);
(b) Estruturação do ambiente (itens 6 a 9);
(c) Estratégias de realização de tarefas
(itens 10 a 13);
(d) Gerenciamento do tempo (itens 14 a 16);
(e) Busca de ajuda online (itens 17 a 20);
(f) Autoavaliação (itens 21 a 24).
De acordo com Simão e Frison (2013), são 6
(seis) as dimensões psicológicas da autorregulação acadêmica:
Já os perfis de autorregulação são:
(a) Super autorregulação;
(b) Autorregulação competente;
(c) Autorregulação premeditada;
(d) Autorregulação de desempenho/reflexão;
(e) Autorregulação mínima.
Previamente, a confiabilidade e a validade
do OSLQ, propriedades psicométricas desse instrumento, devem ser avaliadas por
meio de:
(1) Análise fatorial confirmatória, que
inclui 4 (quatro) testes:
(a) Validade do χ2 (lê-se: qui-quadrado)
do ajuste estatístico;
(b) RMSEA (raiz quadrada média do erro de
aproximação);
(c) TLI (Índice Tucker Lewis);
(d) CFI (Índice Fit Comparativo).
(2) Teste de esfericidade de Bartlett, que
mostra se o uso da análise fatorial é adequado ou não.
(3) Índice de Kaiser-Meyer-Olkin (KMO),
que indica a medida de adequação da amostra.
(4) Teste de alpha de Cronbach, que
analisa a consistência interna da escala OSLQ e cujos resultados devem sempre
ser interpretados à luz das características da medida a que se associa e da
população onde essa medida foi feita, pois se trata de um teste sensível a
desvios de normalidade.
Após os testes estatísticos terem
confirmado a confiabilidade e a validade do instrumento, o OSLQ pode ser
aplicado e a análise da escala é feita da seguinte forma: Os valores das respostas dos itens, de cada dimensão, são
somados e esse somatório é dividido pelo número de itens, obtendo-se o escore
médio (Xm) daquela dimensão.
Se 1 ≤ Xm < 2, então existe
pouca frequência de autorregulação para aquela dimensão.
Se 2 ≤ Xm < 4, então existe
uma autorregulação moderada para aquela dimensão.
Se 4 ≤ Xm ≤ 5, então existe um alto
perfil de autorregulação para aquela dimensão.
Exemplo:
Dimensão:
Estabelecimento de metas
|
|||||
Itens
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Concordo totalmente
|
Concordo parcialmente
|
Indiferente
|
Discordo parcialmente
|
Discordo totalmente
|
1 – Estabeleço padrões para minhas tarefas no curso a
distância.
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5
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|
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2 – Estabeleço metas de curto prazo (diárias ou semanais) bem
como metas de longo prazo (mensais ou semestrais).
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|
2
|
|
3 – Mantenho um alto nível para meu aprendizado no curso a
distância.
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|
4
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4 – Estabeleço metas para me auxiliarem a gerenciar o tempo de
estudo no curso a distância.
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|
|
|
|
1
|
5 – Não comprometo a qualidade do meu trabalho por ele ser a
distância.
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|
|
3
|
|
|
Posteriormente, também é possível
identificar se existe correlação entre as diferentes dimensões da escala OSLQ.
REFERÊNCIAS
BARNARD-BRAK,
L.; LAN, W. Y.; PATON, V. O. Profiles in self-regulated learning in the online
learning environment. International
Review of Research in Open and Distance Learning, v. 11, n. 1, p. 149-156,
mar. 2010.
GONÇALVES,
A. V.; NASCIMENTO, E. L. Avaliação formativa: autorregulação e controle da
textualização. Trabalhos Linguísticos
Aplicados, Campinas, v. 49, n. 1, p. 241-257, jan./jun. 2010.
PAVESI,
M. A. Análise da aprendizagem
autorregulada de alunos de cursos a distância em função das áreas de
conhecimento, faixa etária e sexo. 2015, 117 f. Dissertação (Mestrado em
Educação) – Universidade Estadual de Londrina, Londrina, 2015.
SIMÃO,
A. M. V.; FRISON, L. M. B. Autorregulação da aprendizagem: abordagens teóricas
e desafios para as práticas em contextos educativos. Cadernos de Educação, Pelotas, v. 45, n. 2, p. 2-20, maio/ago.
2013.
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